• 11 julho

    Alterações na visão podem indicar Parkinson, diz pesquisa

    Um estudo publicado nesta terça-feira na revista científica "Radiology" mostrou que sinais de Parkinson podem ser identificados precocemente a partir de alterações na visão dos pacientes. De acordo com pesquisadores, essa característica pode ser importante para ajudar na detecção rápida da doença.

    Os pesquisadores afirmam que, embora o Parkinson, que é uma doença neurodegenerativa, esteja ligado principalmente a problemas motores, ele também pode ter reflexos não-motores. Entre os sintomas que podem estar ligados à ocorrência da doença estão alterações visuais como a dificuldade de perceber cores, mudanças na capacidade de observar contornos e formas dos objetos e diminuição no piscar dos olhos.

    — Embora a doença de Parkinson seja considerada principalmente uma desordem motora, vários estudos mostraram que os sintomas não motores são comuns em todos os estágios da doença. No entanto, eles geralmente não são diagnosticados porque os pacientes desconhecem seu vínculo com a doença e, como resultado, acabam sendo negligenciados — afirmou Alessandro Arrigo, pesquisador da Universidade Vita-Salute San Raffaele, em Milão. — Os sintomas não motores do mal de Parkinson podem preceder o aparecimento de sintomas motores em mais de uma década.

    Para chegar a essas conclusões, o estudo analisou 20 pacientes com diagnóstico recente da doença e que ainda não receberam tratamento, e outros 20 pacientes saudáveis. Todos os participantes do estudo foram submetidos a ressonâncias magnéticas para identificar alterações. O exame foi feito nos pacientes doentes quatro semanas após o diagnóstico. Os médicos utilizaram a ressonância para identificar alteração de substância branca e cinzenta no cérebro. Os participantes do estudo também foram submetidos a exames de visão. Após as análises, os pesquisadores encontraram alterações relevantes na estrutura visual dos pacientes diagnosticados com Parkinson. Nesses pacientes, foram observadas alterações na radiação óptica, redução na substância branca do cérebro e do quiasma óptico (estrutura formada pelo encontro de dois nervos ópticos).

    — O estudo aprofundado dos sintomas visuais pode fornecer indícios sensíveis do Parkinson. As métricas de processamento visual podem ser úteis na diferenciação de transtornos da doença, observando a progressão da doença e auxiliando no monitoramento da resposta do paciente ao tratamento medicamentoso — disse Arrigo.

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